O VIDEIRINHO

terça-feira, julho 17, 2018

SEXO DOENÇA MENTAL???




Há mais de três horas que, com ansiedade, procuro a notícia de um estudo da Universidade de Massachusetts que assegura que nós, os homens, pensamos em sexo umas 280 vezes ao dia. 

Temo que seja uma lenda urbana: a cifra, o estudo da dita universidade ou, sem dúvida, algo que tenha saído nalguma revista cor-de-rosa — que para o caso é o mesmo — ou nalguma telenovela. 

Vejamos, se qualquer ser humano masculino do planeta Terra pensa em sexo 280 vezes em 24 horas é porque não tem a mente em mais nada. 

O que, contrariamente ao que os psiquiatras nos fizeram crer, as nossas mentes não são como caixas estanques que não se comunicam entre si.

Não, na realidade somos tão “multitarefeiros” como elas, só que com esta desculpa (barata) psicológica nos obrigais a deixar-vos em paz: “animálico, se é que não pode ter a cabeça em dois lugares”.

Suponhamos que as coisas são assim: carregas na embraiagem do carro e ao mesmo tempo achas que estás a meter outra coisa, como empurrar um camarão ou escápula contra a parede, e de repente transforma-se em Scarlett Johansonn, apanhas o pó da perfuração e fantasias com uma súper broca que aprofunda  em cavidades mais húmidas. 

Quiçá por isso gostas tanto de bricolage.  




Facilita-vos pensar em sexo enquanto tendes as mãos ocupadas (ah!, ah!)?. 

Nem suspeitar como viverão os pobres carpinteiros, artesãos e picheleiros ou canalizadores.
Pensarão na sua noiva cada vez que desatarracham uma tubagem? 

Passam o dia quentes como um bolinho de canela recém sacado do forno? 

Valha-nos a Virgem do Perpétuo Pão Torrado! 
Pobres criaturas!!!

Como estava a dizer. 
Não me creio deste dado. 

Mas é que há outro que se torna ainda mais inverosímil. 

Tradicionalmente, sustentou-se que o homem pensava no sexo a cada 7 segundos. 
Total, nada. 

Isso não se sustenta por muito machos que sejais. 

Imaginais? 
Seria algo assim como ter 8.000 ideias de sexo nas 16 horas que se está acordado. 

Vamos lá, que, quiçá algum ser com imaginação espectacular, súper inteligência e satirismo avançado possa ver na sua mente 8.000 imagens de sexo em cada dia (porque pensais em imagens). 

Francamente, parece-me um pouco incompatível com o dia a dia. Inclusive algo angustioso. 

Imaginem uma sucessão de instantâneos ao tentar pagar no súper, abastecendo o carro (ai, essas mangueiras e esses depósitos), levando o menino à escola ou jogando pádel. 



Ouve!
A mim encanta-me o erotismo das coisas e o quotidiano, mas sem extremismos. 

A Universidade estatal de Ohio sacou um estudo similar mas mais realista. O número de vezes que os homens pensam em sexo é 19. 
Nem mais nem menos. 
Justamente o dobro que as mulheres, mas é que ademais, dão uma explicação muito plausivel. 

Não é que os homens sejam todos uns saídos que passam a vida imaginando penetrações e pénis. 
Não. 

Os homens, seja lá pelo que for, (por estas minudências não me aventuro, porque não sou erudito), pensam com igual reincidência em necessidades básicas e biológicas: lembram-se de comer 18 vezes ao dia, e de dormir 11 (os escatologismos, imagino que estarão quantificados). 

Pensar em sexo é bom; de facto os que o fazemos é porque vivemos uma sexualidade com a qual concordamos e nos agrada. 

Obsessionar-se com o sexo, não. 

Há patologias de muitas classes e o temido vício ao sexo que pode ser tão perigoso como qualquer outro.

O melhor, creio, é deixar-se de quantificações, relaxar-se e desfrutar com o caminho do prazer. 

Os estudos dão muita margem de manobra aos jornalistas mas o melhor é mandá-los todos para o car*lho e rirmo-nos muito!

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