QUERIDO FISCO

No meu casamento, que se realizou no dia 30 de Fevereiro, estiveram presentes 120 convidados: 89 adultos, 9 crianças e 2 bebés.

Foram os que contei, enquanto sóbria.

A festa teve lugar na Quinta dos Apalpanços, do meu padrinho, Luís Merda, que me presenteou com a boda.

Por tal motivo, as cópias dos talões do talho, da mercearia e da peixaria seguem em anexo.

A minha tia Alzira Seresma, que é "travesti" e costureira, fez-me o vestido e não cobrou nadinha, mas gastei 60 € em tecidos, 50 € nas rendas e bordados e 20,05 € em linhas, botões e alfinetes.

As meias e as ligas ficaram por 35 €, conforme recibos que envio.

O noivo usou o fato da Comunhão Solene com umas ligeiras alterações, (a Tia Seresma não cobrou nada).

O meu irmão foi o fotógrafo de serviço.

Todas as fotografias foram enviadas aos convidados por e-mail, que imprimirão as que entenderem por sua conta e risco.

Não foi alugada qualquer viatura.

Eu fui na Charrete do Sr. José Malandro, que andou comigo ao colo e é como um pai para mim.
Decorou-a com folhas de aboboreira, que são grandes, mas "picam" um bocado.

O Manuel, (o meu noivo) foi de mota: a mota dele que ainda está a acabar de pagar, conforme se comprova com os documentos juntos.

As flores foram todas do jardim da minha avó Margarida e a minha prima Mariana F., que é uma moça muito prendada. fez os arranjos.

A animação da festa esteve a cargo do irmão e dos primos do Manuel, que têm uma banda - os "Sempr'Abrir" que merecem ter sucesso.

Não pudemos aceitar nenhum dos presentes, uma vez que não vinham acompanhados dos malditos dos recibos.

Os charutos cubanos que um amigo nosso nos trouxe de Cuba ficaram para nós, porque não os declarou na Alfândega, e assim não os podíamos oferecer para agora provar o seu custo.

Os preservativos comprou-os o Manuel naquelas máquinas que estão longas horas ao Sol, (porque é um rapaz muito introvertido), mas que não dão recibos, o que me permite escusar-me a revelar o seu número, não vá, daqui a alguns anos, lembrarem-se de me cobrar retroactivamente uma taxa pelas que dei e pelas que não foram dadas na lua de mel.


A bem do bem da Nação,


Julieta Silva Chibo

e

Manuel António Sousa Chibo